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Pesquisa: análise de área limpa lavanderia hospitalar

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019 >> Postado por Dilson Barros

As lavanderias hospitalares são áreas de bastante atenção por parte de profissionais de saúde. Isso se justifica pelas evidências científicas que surgiam à época de contaminação de pacientes que tiveram contato com roupas infectadas.

É sabido que a contaminação de roupas hospitalares não se limita a evidências, trata-se de um risco real, confirmado por diversos estudos. Patógenos e parasitas, como o Bacilus cereus e o Scabies sp. são encontrados de forma recorrente em tecidos que circulam em ambiente hospitalar. Via de regra, toda roupa hospitalar é considerada contaminada, daí a importância de estabelecer rotinas de processamento, de forma adequada nas lavanderias. 

Pesquisa realizada pelo Laboratório de Microbiologia Indeba, mostra que mesmo a área limpa das lavanderias requer atenção, procedimentos são importantes para evitar contaminação cruzada e a saúde de seus funcionários. 

Neste guia, abordaremos exatamente esta temática, mostrando a higienização da área limpa das lavanderias como mais um procedimento para seguranças do enxoval. 

  1. Dinâmica de funcionamento de área limpa 

Toda fase de lavagem e separação da roupa suja se dá na área suja, que em hipótese alguma deve ter alguma interface com a área limpa. Deve existir, obrigatoriamente, barreiras físicas para delimitar as duas áreas. Feita toda a operação de lavagem, as roupas seguem para área limpa, onde passarão pelos seguintes processos.

1.1. Centrifugagem

Na fase de centrifugação, as roupas lavadas serão secadas em até 60% em equipamento próprio para isso, sendo que para acondicionamento das peças será preciso seguir as seguintes orientações:

  • distribuição uniforme das roupas no tambor em pequenos montes, com peso equilibrado na área;
  • antes de acionar o processamento da roupa, é preciso posicionar um tecido resistente, como uma lona, por baixo da tampa. Esse é um procedimento que possibilita a melhor vedação do equipamento, evitando a proliferação de microrganismos;
  • finalizado o procedimento de centrifugagem, as roupas devem ser separadas por tipo e encaminhadas para as próximas etapas.

1.2. Calandragem 

A calandragem é a operação que seca e passa as ao mesmo tempo as peças de roupa lisa (lençóis, colchas leves e campos). Com o equipamento aquecido, a calandra deve operar continuamente, de modo a evitar desperdício de energia.

Para realização desse processo, é importante designar dois profissionais, sendo que um coloca a roupa molhada no equipamento e outro para retirar a roupa seca. Tudo isso ao mesmo tempo.

Finalizado o processo, as roupas danificadas devem ser encaminhadas para o conserto e as que estiverem em bom estado devem ser dobradas e guardadas para a distribuição.

1.3. Secagem

Como já destacado, durante a calandragem roupas lisas são secadas e passadas ao mesmo tempo. Tecidos de outros tipos, como colchas pesadas, tecido felpudo, roupa de vestir, cobertores, peças pequenas são secadas na secadora. 

E, depois da secagem, toda a roupa é retirada da secadora e colocada em carros-cestos apropriados, sendo selecionada, dobrada e encaminhada à rouparia para repouso. Na seleção, a roupa danificada vai para a costuraria para conserto ou baixa.

Finalizado esse processo, ainda temos:

– Prensagem: destinado a uniformes e outras peças não passíveis de serem colocadas em calandra, ou que tenham detalhes como pregueado e vincos, são passadas na prensa. Após a prensagem, são devidamente guardadas na rouparia, de preferência em porta-cabides rolantes.

– Passagem a ferro: usado eventualmente ou para melhorar o acabamento da roupa pessoal. Esse é um processo dispendioso, demandando alto gasto de energia elétrica e alocação de funcionários apenas para esse fim. Por isso é considerado dispensável.

  1. Considerações sobre riscos de contaminação em área limpa

Todo o processamento de roupas em área limpa descrito no capítulo anterior deve ser integralmente seguido. Os maiores problemas relacionados à infecção acontecem justamente quando há a tentativa de burlar algumas das recomendações apresentadas.

Na pesquisa foram analisados a contaminação do ambiente, das mãos, rosto e cabelos  dos funcionários da lavanderia antes e após a manipulação das roupas na área limpa.

O resultado foi a detecção de uma contagem microbiológica com a presença de bactérias patogênicas como staphylococcus aureus e pseudômonas, agentes causadores de infecções hospitalares. O resultado evidencia risco ocupacional e a possibilidade de contaminação cruzada.

  1. Necessidade de higienização e desinfecção de superfícies

Estudos recentes dão conta que mesmo em áreas limpas cuja operação segue os critérios de processamento previstos pelo manual da lavanderia hospitalar disponibilizado pelo Ministério da Saúde, há problemas relacionados à infecção. 

Estudo conduzido pelo Laboratório de Microbiologia da Indeba em hospitais de Salvador Bahia, veio revelar a necessidade de adoção de medidas efetivas para prevenção e controle de agentes biológicos. 

  1. Conclusão

Com este guia, esperamos ter trazido os melhores esclarecimentos a respeito da dinâmica de funcionamento da área limpa de uma lavanderia hospitalar e da necessidade de implementar procedimentos adequados de higienização e desinfecção. 

Dessa maneira, é mais que necessário apostar não somente na questão procedimental na parte de operação da lavanderia, mas também adotar um sistema de higienização adequado, visando segurança para pacientes e funcionários dos hospitais.

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